Relação professo aluno.

 Libâneo (1991, p.54) destaca sobre a relação professor e aluno

aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. Portanto o conhecimento que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a que chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991.

Para Nóvoa (1997, p. 27):

as situações conflitantes que os professores são obrigados a enfrentar (e resolver) apresentam características únicas, exigindo, portanto características únicas: o profissional competente possui capacidades de autodesenvolvimento reflexivo (...) A lógica da racionalidade técnica opõe- se sempre ao desenvolvimento de uma práxis reflexiva.

NÓVOA, Antônio. (cood). Os professores e sua formação. Lisboa-Portugal: Dom Quixote. 1997.

 De acordo com Freire (1996, p. 96).

O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas imaginações, suas dúvidas, suas incertezas.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa (Coleção Leitura). São Paulo: Paz e Terra. 1996.

Para Abreu e Masetto (1990, p. 115). 

É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos, fundamentada numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e paradigmas da sociedade.

ABREU, M. C. & MASETTO, M. T. O professor universitário em aula: prática e princípios teóricos. São Paulo: Cortez, 1990.

[...] o fator afetivo é muito importante para o desenvolvimento e a construção do conhecimento, pois por meio das relações afetivas o aluno se desenvolve, aprende e adquire mais conhecimentos que ajudarão no seu desempenho escolar. (MIRANDA, 2008, p.02)

MIRANDA, Elis Dieniffer Soares. A INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO CONTEXTO AFETIVIDADE. 2008. 107 f. p. 01-06. 8° Encontro de Iniciação Científica. 8° Mostra de Pós Graduação. Sessão de artigos. FAFIUV. Disponível em http://interacao.info/diversos/Marcia/2013%20%201%20semestre/ARTIGOSPEDAGOGIA.pdf. Acesso em 20. Fev. 2024.

[...] a sala de aula precisa ser espaço de formação, de harmonização, onde a afetividade em suas diferentes manifestações possa ser usada em favor da aprendizagem, pois o afetivo e o intelectual são faces de uma mesma realidade, o desenvolvimento do ser humano. (SARMENTO, 2010, p.14)

SARMENTO, Nara Regina Goulart. AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM. 2010. 34 f. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Pedagogia/Licenciatura. Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2010. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/71877/000880292.pdf?sequence=1. Acesso em: 23 fev. 2024.

[...] dedicar tempo à comunicação com os alunos, a manifestar afeto e interesse (expressar que eles importam para nós), [...] elogiar com sinceridade, [...] interagir com os alunos com prazer... O oposto é a rejeição, à distância, a simples ignorância a respeito dos alunos, o desinteresse... (mostrado ao menos por omissão). (MORALES, 1998, p.54)

MORALES, Pedro. A relação professor aluno. O que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 1998.

A afetividade desperta a confiança do aluno para com o seu professor. Neste sentido, constata-se que a afetividade é fundamental no processo de ensino-aprendizagem, pois, todo o processo do desenvolvimento humano passa pelo aspecto social juntamente com a cognição [...]. (KOSLOSKI e ANSAI, 2008, p.11)

KOSLOSKI, Deisi Viviane Schier; ANSAI, Rosana Beatriz. AFETIVIDADE NO COTIDIANO ESCOLAR. 2008. 107 f. p. 06-18. 8° Encontro de Iniciação Científica. 8° Mostra de Pós Graduação. Seção de artigos. FAFIUV. Disponível em http://interacao.info/diversos/Marcia/2013%20-%201%20semestre/ARTIGOS-PEDAGOGIA.pdf. Acesso em 25. Jan. 2024.

Tendências pedagógicas



A relação professor aluno passou por reformulações ao longo da história de acordo com as tendências pedagógicas de cada época. A seguir algumas citações a respeito dessas tendências.

Luckesi (1990, p. 53) sobre a existência das tendências 

as diversas teorias filosóficas que pretenderam dar conta da compreensão e da orientação da prática educacional em diversos momentos e circunstâncias da história humana (LUCKESI, 1990, p. 53).

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia Da Educação. São Paulo: ed. Cortez,1994. 

Saviani (1991. p.18) sobre a tendência tradicional.

Como as iniciativas cabiam ao professor, o essencial era contar com um professor razoavelmente bem preparado. Assim, as escolas eram organizadas em forma de classes, cada uma contando com um professor que expunha as lições que os alunos seguiam atentamente e aplicava os exercícios que os alunos deveriam realizar disciplinadamente. (Saviani, 1991. p.18)

SAVIANI, D. Escola e democracia. 24. ed. S„o Paulo: Cortez, 1991.

Esse ensino tradicional que ainda predomina hoje nas escolas se constituiu após a revolução industrial e se implantou nos chamados sistemas nacionais de ensino, configurando amplas redes oficiais, criadas a partir de meados do século passado, no momento em que, consolidado o poder burguês, aciona-se a escola redentora da humanidade, universal, gratuita e obrigatória como um instrumento de consolidação da ordem democrática. (Saviani, 1991. p.54)

SAVIANI, D. Escola e democracia. 24. ed. S„o Paulo: Cortez, 1991.

Mizukami (1986. p.11) sobre a tendência tradicional

...atribui-se ao sujeito um papel irrelevante na elaboração e aquisição do conhecimento. Ao indivíduo que está "adquirindo" conhecimento compete memorizar definições, enunciados de leis, sínteses e resumos que lhe são oferecidos no processo de educação formal a partir de um esquema atomístico. (Mizukami, 1986. p.11)

MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. S„o Paulo: EPU, 1986. 

Cunha (1996, p. 7) sobre a tendência escola nova

.Essa discussão quanto aos legítimos fins da Escola Nova ocupou grande parte do cenário educacional durante os primeiros anos da década de trinta no Brasil. Os defensores da educação nova, a exemplo de Lourenço Filho e Anísio Teixeira, em que pesassem as diferenças entre eles, tendiam a sustentar que a educação renovada, no afã de diferenciar-se de ensino tradicional, não deveria enveredar em extremos no ideal de respeito pela individualidade infantil. (CUNHA, 1996, p. 7).

CUNHA, M. V. da. Dewey e Piaget no Brasil dos anos trinta. Caderno de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas, São Paulo, n. 97, p. 5-12, maio 1996.

Cunha (1993, p. 190).

Sob a influência de John Dewey, cuja penetração no Brasil foi notória, os educadores da Escola Nova tiveram a possibilidade de equilibrar sua atuação entre as exigências antinômicas da Educação. As idéias renovadoras encontraram em Dewey uma concepção de respeito às particularidades individuais e ao mesmo tempo, de incentivo à observação das necessidades do progresso social. (CUNHA, 1993, p. 190).

CUNHA, M. V. da. A antinomia do pensamento pedagógico: o delicado equilíbrio entre indivíduo e sociedade. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 189- 204, jul. /dez.1993.

Cunha (1996, p. 7).

[...] voltada para o desenvolvimento e crescimento, para a personalidade e o caráter, com o intuito de valorizar as aptidões dos educandos. O único guia do processo educacional é o espírito que evolui e assimila; é ele quem determina tanto a qualidade como a quantidade das matérias que o educador deve apresentar-lhe. Essa corrente de trabalho coloca a vida e a experiência da criança em oposição ao jugo do programa, delimita, de um lado, o desenvolvimento, e, de outro, o acumulo de conhecimentos. (CUNHA, 1996, p. 7).

CUNHA, M. V. da. Dewey e Piaget no Brasil dos anos trinta. Caderno de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas, São Paulo, n. 97, p. 5-12, maio 1996.

Marques (2006, p.01) sobre a tendência Tecnicista.

A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse principal é, portanto, produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando com as mudanças sociais. (MARQUES, 2012, p. 3) 

MARQUES, A. A. A PEDAGOGIA TECNICISTA: UM BREVE PANORAMA. Itinerarius Reflectionis, Goiânia, v. 8, n. 1, 2012. DOI: 10.5216/rir.v1i12.1313. Disponível em: https://revistas.ufg.br/rir/article/view/20378. Acesso em: 23 out. 2022.