Educação de Jovens e Adultos
Até o momento em que os oprimidos não tomem consciência das razões de seu estado de opressão, “aceitam” fatalistamente a sua exploração. Mais ainda, provavelmente assumam posições passivas, alheadas, com relação a necessidade de sua própria luta pela conquista da liberdade e de sua afirmação no mundo (FREIRE, 2019, p. 71).
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 71. ed. Rio de Janeiro/ São Paulo: Paz e Terra, 2019.
De tanto ouvirem de si mesmos que são incapazes, que não sabem nada, que não podem saber, que são enfermos, indolentes, que não produzem em virtude de tudo isso, terminam por se convencer de sua “incapacidade” (FREIRE, 2019, p. 69).
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 71. ed. Rio de Janeiro/ São Paulo: Paz e Terra, 2019.
Para Freire (1996, p. 98).
[…] a educação é uma forma de intervenção no mundo. Intervenção que além do conhecimento dos conteúdos bem ou mal ensinados e/ou aprendidos implica tanto o esforço de reprodução da ideologia dominante quanto o seu desmascaramento. Dialética e contraditória, não poderia ser a educação só uma ou só a outra dessas coisas. Nem apenas reprodutora nem apenas desmascaradora da ideologia dominante (FREIRE, 1996, p. 98).
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Terra e Paz, 1996.
Arbache (2001, p. 19) recomenda a respeito da EJA:
A educação de jovens e adultos requer do educador conhecimentos específicos no que diz respeito ao conteúdo, metodologia, avaliação, atendimento, entre outros, para trabalhar com essa clientela heterogênea e tão diversificada culturalmente (Arbache, 2001, p. 19).
ARBACHE, Ana Paula Bastos. A formação do educador de pessoas jovens e adultas numa perspectiva multicultural crítica. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro. Papel Virtual Editora, 2001.
Conforme destaca Arroyo (2006, p. 19):
O campo da Educação de Jovens e Adultos tem uma longa história. Diríamos que é um campo ainda não consolidado nas áreas de pesquisa, de políticas públicas e diretrizes educacionais, da formação de educadores e intervenções pedagógicas. Um campo aberto a todo cultivo e onde vários agentes participam. De semeaduras e cultivos nem sempre bem definidos ao longo de sua tensa história.
ARROYO, Miguel Gonzales. Educação de jovens-adultos : um campo de direitos e de responsabilidade pública. In SOARES, Leôncio, GIOVANETTI, Maria Amélia e Gomes (org.) Diálogos na Educação de Jovens e Adultos. 2 ed. Belo Horizonte : Autêntica, 2006. (p. 19 – 50).
Conforme Alves;Backers (2016, p. 104).
Assim, na prática, o educador deve expor aos alunos jovens e adultos que é possível mudar transformando sua realidade, sua história. E isso só é possível para quem se deixar acreditar, para quem quer aprender e também quer ensinar; é por isso que o educador precisa observar a sua prática, para que ela possa atender às necessidades do seu aluno, contribuir para sua transformação e, acima de tudo, respeitando suas crenças (ALVES; BACKERS, 2016, p. 104).
ALVES, C. F.; BACKES, D. I. M. Educação de Jovens e Adultos – EJA: Um olhar para os alunos dessa modalidade de ensino. Revista Prâksis, Novo Hamburgo, v. 1, p. 98-111, julho, 2016. DOI: https://doi.org/10.25112/rp.v1i0.437
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2021]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 26 out. 2021
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